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9Etiopatogenia

Publicado: Terça, 13 de Agosto de 2019, 21h46 | Última atualização em Domingo, 18 de Agosto de 2019, 20h29 | Acessos: 24

IX - Doença Diverticular

Forma correta de citar esta página:

COSTA E SILVA, I.T. Doença Diverticular: Etiopatogenia. Módulos de Coloproctologia. Disciplina de Cirurgia do Sistema Digestório, Órgãos Anexos e Parede Abdominal (CISDOAPA). Universidade Federal do Amazonas. Disponível em: <https://cisdoapa.ufam.edu.br/modulos/coloproctologia/modulo-ix/etiopatogenia-9.html>. Acesso em: 16/8/2019.

Etiopatogenia

  Os divertículos cólicos são estruturas adquiridas, formadas pela pulsão da mucosa através de pontos de fraqueza na parede cólica.  Tais pontos de fraqueza são os orifícios de penetração dos vasos cólicos na parede intestinal, oriundos da artéria marginal, com destino à submucosa. Possuem formato sacular (ou de frasco de Erlenmeyer), como se fossem empurrados com o dedo, da luz cólica, através de sua parede muscular, nos pontos de fraqueza desta, para projetarem-se externamente à parede cólica. Sendo assim, são formados internamente apenas pela mucosa, submucosa e muscular da mucosa cólicas e externamente pela serosa do colo, nos locais em que esta camada recobre o órgão.

  Há fortes evidências de que tais divertículos de pulsão são causados pelo hábito ocidental de ingestão de dieta pobre em fibras vegetais, que forma fezes de pequeno volume, provocando a segmentação excessiva do colo, com aumento de sua pressão intraluminar. A hipersegmentação provocada pelo excesso de atividade da musculatura circular do colo leva à formação de câmaras cólicas fechadas, onde ocorre aumento da pressão intraluminar, que empurra a mucosa de encontro à parede muscular. Nos pontos de penetração dos vasos cólicos na parede muscular, pontos de fraqueza parietal cólica, a mucosa que está sendo empurrada de encontro à parede cólica, e que irá formar o divertículo, encontra fácil acesso e é projetada para fora dos limites parietais do colo, sendo só recoberta pelas lâminas teciduais que envolvem o colo, normalmente só serosa, nas faces peritoneais do colo, e tecido areolar frouxo, nas faces retroperitoneais (Figura 3).

  Os divertículos cólicos formam-se mais frequentemente entre as tênias antimesentéricas  e a mesentérica, em ambos os lados da superfície do colo. Menos comumente, formam-se também entre as tênias antimesentéricas. Tais locais de formação diverticular são os locais de penetração na parede muscular do colo dos vasos cólicos terminais curtos (entre tênias antimesentéricas e mesentérica) e  longos (área antimesentérica intertenial).

  A camada muscular longitudinal do colo, representada pelas robustas tênias, forma uma barreira local contra o aparecimento de divertículos. Estes surgem através da musculatura circular, mais fina. Ambas as camadas musculares, no entanto, estão espessadas na doença diverticular, por diferentes razões. As tênias, caracteristicamente na doença diverticular, estão infiltradas por quantidades excessivas de elastina (normalmente tal proteína só é encontrada na camada muscular circular). A musculatura circular da parede cólica encontra-se espessada por partir-se em fascículos separados por tecido conjuntivo fino, provavelmente devido à hiperatividade muscular existente na doença diverticular. O espessamento de ambas as camadas musculares do colo leva à diminuição da luz intestinal, que acaba por redundar em alguns dos sintomas e complicações da doença.

  Há fortes evidências a sugerir que o fator predisponente da doença diverticular é, na realidade, a existência de uma anormalidade primária da estrutura muscular da parede cólica, que precede o aparecimento dos divertículos.

 

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