Seletor idioma

Ir direto para menu de acessibilidade.
Início do conteúdo da página

2Quadro Clínico

Publicado: Terça, 13 de Agosto de 2019, 11h07 | Última atualização em Sexta, 16 de Agosto de 2019, 23h54 | Acessos: 41

Módulo II - Hemorroidas

Quadro Clínico

Forma correta de citar esta página:

COSTA E SILVA, I.T. Hemorroidas. Quadro Clínico. Módulos de Coloproctologia. Disciplina de Cirurgia do Sistema Digestório, Órgãos Anexos e Parede Abdominal (CISDOAPA). Universidade Federal do Amazonas. Disponível em: <https://cisdoapa.ufam.edu.br/modulos/coloproctologia/modulo-ii/quadro-clinico.html>. Acesso em: 16/8/2019.

 
   As manifestações clínicas da doença hemorroidária podem ser divididas nas que ocorrem por conta das hemorroidas externas e nas apresentadas pelas internas.

   O sintoma hemorroidário que mais leva pacientes a procurar auxílio médico é o aparecimento súbito de um ou mais nódulos dolorosos no rebordo anal: manifestação clínica da trombose hemorroidária externa. A afecção costuma cursar com dor de intensidade variável e pode evoluir para sangramento orificial por necrose da pele que reveste o mamilo hemorroidário trombosado, o que comumente faz a dor ceder. Normalmente, a crise hemorroidária externa surge, em indivíduos predispostos, após grande esforço físico. Nesta eventualidade, ocorre aumento súbito da pressão endoluminar dos vasos retais inferiores, que não se distribui para os canais anastomóticos que os ligam aos vasos retais médios e superiores, por estarem estes constringidos pela massa muscular esfinctérica contraída (em resposta reflexa ao aumento de pressão intra-abdominal). O sangue, aprisionado no vaso retal que forma a hemorroida externa, coagula-se, formando o processo trombótico. O nódulo anal que se forma, inicialmente doloroso, torna-se paulatinamente menos doloroso até o 3º ou 4º dia de evolução. A partir de então, o paciente passa a só sentir-se incomodado com o aumento de volume anal. O nódulo costuma desaparecer espontaneamente ao cabo de 30 dias. Ocasionalmente, ocorre necrose cutânea por pressão do trombo excessivamente volumoso sobre a pele, redundando em sangramento perianal, que invariavelmente é acompanhado de diminuição da dor local.

   As hemorroidas internas, por outro lado, raramente são dolorosas. Seu principal sintoma é o sangramento, sendo seguido pelo prolapso, por sintomas de ânus úmido e, mais raramente, por prurido e anemia. Ocasionalmente, entretanto, podem, após apresentar prolapso, ser aprisionadas pelo tubo muscular esfinctérico e evoluir para o pseudoestrangulamento hemorroidário (ou prolapso com trombose hemorroidária interna), afecção extremamente dolorosa e incapacitante (a que historicamente é responsabilizada pela derrota de Napoleão Bonaparte em Waterloo!).

   O sangramento de hemorroidas internas ocorre caracteristicamente durante e após a defecação, em geral de fezes sólidas ou ressecadas. O sangue pode recobrir as fezes, gotejar continuamente após a eliminação fecal, ou ser percebido em spray no vaso sanitário. Em geral, não se acompanha de dor. Pode ou não haver prolapso hemorroidário concomitante. Hemorroidas que sangram sem apresentar prolapso são ditas de 1º grau. O sangramento hemorroidário repetitivo pode ser causa de anemia ferropriva e redundar em graves repercussões em pacientes que negligenciam o sintoma.

   O prolapso de hemorroidas de revestimento mucoso (internas) (que em geral ocorre durante a evacuação, mas que, com o tempo, pode se dar após qualquer esforço que aumente a pressão transmitida pela prensa abdominal sobre o orifício anal) inicialmente reduz-se espontaneamente (hemorroidas de 2º grau), mas passa, com o agravamento da afecção, a necessitar de redução digital (hemorroidas de 3º grau) ou a permanecer exteriorizado constantemente (hemorroidas de 4º grau).

   Juntamente com o prolapso, costuma ocorrer acúmulo de secreção mucosa com resíduos fecais que sujam a pele orificial e perianal (chamado soiling) e podem manchar as roupas íntimas ou ser causa de prurido anal.

 

registrado em:
Fim do conteúdo da página