6Etiopatogenia
VI - Doença Pilonidal |
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Etiopatogenia |
No início considerada doença de origem puramente congênita, hoje acredita-se que a afecção incida em pacientes que, de forma adquirida, apresentam orifícios no sulco interglúteo, que, com frequência, apresenta-se deprimido, como se fora uma cova (cavidade, recesso) cutânea na região sacrococcígea. Tais orifícios são a expressão de folículos pilosos de dimensões anormalmente aumentadas. Imagina-se que a gravidade e o movimento de fricção de uma reflexão glútea sobre a outra exerçam tração sobre o folículo, tendendo a distendê-lo. Bactérias, restos celulares e outros resíduos presentes na região adentram nesta área até então estéril, produzindo inflamação local. Segue-se edema, que acabará por ocluir o seu óstio e o folículo piloso distendido findará rompendo-se para o exterior, dando saída a queratina e pus, formando-se, no local, um microabscesso por reação de corpo estranho, muito semelhante ao que ocorre numa foliculite perfurante. O microabscesso drena para o orifício primário do cisto pilonidal. Quando o material purulento é mal-drenado pelo orifício primário, o pus acaba dissecando trajetos no tecido celular subcutâneo sacrococcígeo, produzindo abscessos pilonidais agudos e crônicos, que podem terminar drenando para o exterior por meio de um ou mais orifícios secundários. Este processo supurativo não consegue romper-se para o exterior pela linha média em virtude dos septos fibrosos pré-sacrais existentes na região. Forma, então, trajetos subcutâneos secundários que terminam por drenar lateral e cranialmente, geralmente à esquerda da linha média. É interessante saber que são as raízes dos pelos que penetram a pele pelo orifício primário e não suas pontas (como se poderia inicialmente pensar), uma vez que as primeiras é que são encontradas nas profundezas das cavidades císticas pilonidais, enquanto que as últimas podem ocasionalmente ser observadas despontando dos orifícios primários dos cistos, na pele da região pós-anal. Explica-se esta tendência pela conformação anatômica dos pelos e cabelos, que são formados por escamas de extremidades cranialmente salientes, dispostas, de maneira ordenada, umas sobre as outras, em inserção oblíqua. Tal disposição oblíqua das extremidades salientes das escamas dos pelos faz com que eles migrem no sentido de suas raízes, ao serem rolados sobre seu eixo longitudinal, por fricção de uma nádega sobre a outra, por assim oferecerem menor resistência ao movimento. Tal fato pode facilmente ser entendido por analogia rolando-se um cabelo solto entre as polpas digitais do polegar e do dedo indicador de uma das mãos: tal movimento de fricção fará com que o elemento capilar mova-se no sentido de sua raiz. |
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