6Diagnóstico
VI - Doença Pilonidal |
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Diagnóstico |
É realizado pelo exame físico de pacientes que apresentam uma das formas de manifestação clínica da doença.
O exame da região pós-anal demonstrará a presença de um ou mais orifícios primários (em geral um), reconhecidos como orifícios deprimidos medianos, situados no sulco interglúteo, recobertos por pele e de onde costumam despontar pelos longos; e de um ou mais orifícios secundários elevados (em geral mais de um), situados lateralmente à linha média, normalmente à esquerda, recobertos por tecido de granulação, de onde costuma sair, espontaneamente ou à expressão, secreção purulenta. A pele da região acometida, nos casos em que existe supuração, encontra-se deformada por abaulamento, e/ou retração, e edemaciada. Nos casos mais crônicos, a pele costuma apresentar diminuição de sua cobertura pilosa. À palpação, encontra-se endurecida, podendo ou não apresentar pontos de flutuação. O orifício primário é achado determinante para o diagnóstico de doença pilonidal sacrococcígea, sendo sempre encontrado. Os orifícios secundários podem ou não estar presentes, dependendo da forma de manifestação clínica da doença (aguda ou crônica). A doença pilonidal deve ser diferenciada da hidradenite supurativa, da fístula anal e de afecções congênitas que acometem a região sacrococcígea. A hidradenite supurativa é uma doença supurativa das glândulas sudoríparas apócrinas e acomete, além da região sacrococcígea, a pele de ambas as nádegas. Caracteriza-se pela presença de múltiplos orifícios cutâneos minúsculos de onde sai secreção seropurulenta. Tais orifícios fistulosos múltiplos levam a cavidades subcutâneas superficiais. Uma cavidade é, em geral, drenada por vários orifícios. Eventualmente, várias cavidades unem-se formando uma cavidade maior recoberta por pele edemaciada e com áreas de retração tecidual. O aspecto da pele das nádegas e da região sacrococcígea de indivíduos acometidos de hidradenite supurativa já foi assemelhado ao formato da extremidade de um regador de plantas (com seus múltiplos orifícios ativos). Não há nada, na pele acometida pela hidradenite supurativa, que se assemelhe ao orifício primário mediano observado em casos de doença pilonidal. A fístula anal não costuma se estender para a região pós-anal, mas alguns casos de doença pilonidal podem ser confundidos com fístula anal por apresentarem seus trajetos secundários em direção caudal. Muito raramente, um cisto pilonidal pode complicar-se com uma fístula anal. O diagnóstico diferencial deve ser realizado com um exame proctológico completo (incluindo retossigmoidoscopia). Algumas afecções congênitas podem acometer a região sacrococcígea, podendo ser confundidas com a doença pilonidal. Recém-natos podem ser vistos com uma fístula sacrococcígea representativa de vestígio do canal medular, por onde pode fluir líquor. A mortalidade nestes casos é alta por meningite. Cistos sacrococcígeos de tração ou de inclusão dérmica podem dar lugar à formação de grandes tumorações na região, que podem acabar desenvolvendo fístulas. Nestes casos, a região sacrococcígea apresenta-se acentuadamente abaulada e não costuma apresentar sinais flogísticos evidentes. Não há orifícios primários sobre as tumorações. Teratomas sacrococcígeos também podem ser encontrados na região e seu aspecto é o mesmo dos cistos dermoides supracitados. Nos raros casos de degeneração maligna de cistos pilonidais, a lesão pode ser evidenciada como uma área de induração localizada na região do cisto, ou pode ser achado ocasional em material excisado submetido a exame histopatológico. Em geral, mesmo no caso de diagnóstico ocasional, metástases linfáticas já ocorreram e o prognóstico em 5 anos não é favorável. |
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