5Diagnóstico
V - Prolapso Retal |
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Diagnóstico |
Crianças
O diagnóstico é feito pelos relatos da mãe de que a criança faz muita força e chora para defecar; de que notou muco e/ou sangue na fralda ou roupas de baixo da criança; de que a mesma apresenta constipação ou diarreia grave; e de que notou a extrusão pelo ânus de algo que ela pode chamar de "reto", "intestino", "tumor" ou "via". O exame físico poderá demonstrar um orifício anal entreaberto, sinais de ânus úmido, com depósito de muco e resíduos fecais na pele perianal e na fralda ou sinais de sangramento. O toque retal poderá demonstrar hipotonia esfinctérica e redundância da parede retal, que poderá ou não estar edemaciada. A estimulação retal, seja pelo toque, seja com um supositório de glicerina, poderá evocar o reflexo da defecação, que, por sua vez, poderá revelar o prolapso. Deve-se fazer o diagnóstico diferencial, na criança, entre prolapso retal e prolapso de segmentos intestinais mais altos (intussuscepção). Na intussuscepção intestinal, ocorre comumente eliminação anal de secreção mucosa tinta de sangue, o sinal da geleia de morango. No prolapso secundário a uma intussuscepção ileocólica ou colocólica, normalmente existe um pólipo formando a cabeça de invaginação. Entre o canal anal e o intestino que apresenta prolapso existe um sulco que pode ser penetrado completamente pelo dedo examinador no toque retal. No prolapso total do reto, o dedo examinador não encontra este sulco entre o tecido que apresenta prolapso e o canal anal, simplesmente porque este está evertido juntamente com o reto. Pólipos juvenis e hemorroidas em crianças também devem ser diferençados do prolapso retal. Os pólipos juvenis são formações arredondadas, em geral pediculadas, que sangram com facilidade e apresentam prolapso. Neles, não ocorre eversão anal, existindo um sulco entre o pólipo exteriorizado e o canal anal, e o toque retal poderá perceber a existência da tumoração móvel dentro do reto. As hemorroidas, quando apresentam prolapso, localizam-se num ou mais quadrantes anais, não sendo circunferenciais, e são recobertas por mucosa, que apresenta uma tonalidade violácea ao exame. Uma retossigmoidoscopia sempre deve ser feita para confirmar o diagnóstico do prolapso e afastar a presença de lesões concomitantes. O exame parasitológico de fezes deve ser realizado para afastar infecções intestinais maciças por enteroparasitas (tricuríase, amebíase, giardíase). Adultos O diagnóstico só pode ser feito pela constatação explícita do prolapso ao exame físico, ou por meio do emprego de semiologia armada. Em pacientes com história de prolapso retal manifesto, o mesmo poderá não ser detectado se o exame proctológico não for adequadamente realizado. Para tanto, muitas vezes é necessário colocar o paciente na posição de cócoras sobre a mesa de exames e pedir-lhe que se esforce para defecar, ou mesmo será necessário examiná-lo na instalação sanitária enquanto se esforça para defecar. Não é necessário comentar que o constrangimento envolvido nesta forma de examinar poderá inibir o paciente e impedir que o diagnóstico inconteste da afecção seja firmado. Quando observado, o tipo de prolapso que ocorre tem que ser definido. Quando o prolapso é parcial, as pregas mucosas expulsas apresentam sulcos radiais, compatíveis com as delimitações dos três principais grupos hemorroidários (situados às 3, 7 e 11 h); o orifício intestinal em geral é descentralizado, uma vez que os quadrantes anais anteriores acabam sempre sendo exteriorizados mais do que os outros; a massa tecidual exteriorizada possui menos do que 5 cm de extensão; a palpação bimanual do tecido expulso revelará que o mesmo só é composto da camada mucosa do reto; e o tônus esfinctérico ainda mantém-se variavelmente preservado (Figura 1). No prolapso total, as pregas evidentes são circulares, produzindo o aspecto de círculos concêntricos em torno do orifício intestinal; a massa tecidual expulsa possui mais do que 5 cm de extensão; a palpação bimanual do tecido expulso revela que o mesmo é composto de todas as camadas do reto; e a musculatura esfinctérica do canal anal encontra-se hipotônica (Figura 2). A retossigmoidoscopia é mandatória para afastar a presença de úlcera solitária do reto, de pólipos e de proctite cística profunda. É importante também para afastar lesões concomitantes insuspeitas. A defecorressonância atualmente constitui-se numa arma diagnóstica essencial em pacientes com queixas sugestivas de prolapso retal. Seus achados não só evidenciarão o prolapso (quando total), mesmo nos casos em que seja incompleto, como nortearão o tipo de correção cirúrgica a ser efetuada. Por exemplo, pacientes com um ângulo anorretal obtuso, com um canal anal encurtado e com queda excessiva do períneo em repouso, ou ao produzir a manobra de Valsalva, costumam manter a incontinência anal após a retopexia; pacientes que apresentam esvaziamento incompleto do reto e incoordenação da musculatura do assoalho pélvico costumam manter a dificuldade de esvaziamento do reto após a operação. A ecodefecografia, utilizando ultrassonogradia 3D com escaneamento automático, avalia alterações anatomofuncionais do assoalho pélvico, tais como retocele, sigmoidocele, enterocele, intussuscepção retorretal, anismus e prolapso mucoso retal. Compete com a defecorressonância, pois permite identificar morfologicamente as estruturas anatômicas envolvidas no mecanismo da evacuação, mas com custo inferior. 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